“No último relatório da
OMS [19] consta que cerca de 15% da população mundial, aproximadamente um
bilhão [mil milhões em Portugal] de pessoas vive com algum tipo de deficiência
ou dificuldade acentuada” (Monteiro et al, 2012: 124).
Esta realidade tem de ser encarada pela educação online que
terá de se adaptar às circunstâncias especiais de cada um dos alunos de forma
que esta aprendizagem à distância possa ser efectuada com autonomia e
considerada democrática.
As novas TIC têm vindo
a ser desenvolvidas e adaptadas para fins educacionais e cada vez mais vão
aparecendo novos programas adequados a determinadas limitações físicas. Para
alguns autores como Vigotsky deveria ser criada uma técnica especial adaptada
às diferenças de cada indivíduo (como é o caso do Braille para os invisuais, ou
a Linguagem gestual para os sudros/mudos).
Muitas pessoas se
interrogam o porquê de se optar pelos AVA: um dos factores muito importante é a
liberdade na utilização do tempo, não há uma obrigação de horários, as actividades
estão sempre acessíveis a qualquer hora do dia e em qualquer lugar do planeta
(que tenha ligação à Internet).
Existem já recursos
disponíveis para alunos que queiram utilizar os AVA e que tenham dificuldades
de visão, como é o caso da etiquetagem de imagens, bem como a possibilidade de
escolha do tamanho das letras. Os áudio books são também uma alternativa muito
usual (e muito utilizada igualmente por quem não tem qualquer tipo de
deficiência). No caso de sites para surdos deverá existir uma grande variedade
de vídeos com legendas em linguagem gestual.
É urgente que se disponibilizem actividades educacionais em
AVA, tornando-se necessário repensar o seu desenho e aplicações gráficas, para
além de que no ato da inscrição no curso, o aluno deverá fornecer indicações o
mais completas possíveis em relação às suas diferenças/limitações, para que estas
sejam tidas em conta tanto na metodologia do curso como na avaliação. Esta
informação permitirá que se recorram a tecnologias assistivas (TA) (equipamentos,
estratégias e práticas concebidas para suprir as limitações sejam elas de ordem
sensorial, fisicomotora ou intelectual).
Considero que já muito se tem feito no sentido de abrir os
AVA a toda a população, no entanto é um campo onde ainda muito há a fazer. Nos
tempos atuais o desenvolvimento das TIC permitem uma transmissão do
conhecimento a uma velocidade jamais imaginada ou vivenciada. Por este motivo,
e por esta ser uma área tão sensível e especial, será necessário ter a
capacidade de esperar…e isto porque a cada dia vãos surgindo novos avanços e
desenvolvimento tanto a nível de software como de hardware, portanto considero
que seja uma questão de tempo até praticamente todas as peculiaridades serem
supridas.
Referências Bibliográficas
- Monteiro, A.; Moreira, A.J.; Almeida, A.C. (2012) Educação
Online: pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais. Defacto: Santo Tirso
- Portugal
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